Dores no pescoço

Pescoço dolorido

Dor ou desconforto no pescoço que não sejam causados por lesão ou trauma.

Considerações gerais:

A dor no pescoço pode ter origem em qualquer das suas estruturas, desde as meninges e vértebras cervicais até aos vasos sanguíneos, músculos e tecido linfático, embora também possam originar-se em outras áreas do organismo.

A localização, o início e o padrão da dor no pescoço ajudam a determinar a sua origem e causas subjacentes.

Causas comuns:

  • tensão e espasmo dos músculos cervicais

    • a causa mais comum

    • a dor cervical pela manhã pode ser resultado dos hábitos de dormir

  • gripe

    • causa suspeita quando a dor no pescoço está associada a febre, dores musculares e dor de cabeça

  • artrite

  • lesão do pescoço que causa um “nervo pinçado”

    • quando esta for a causa da dor no pescoço, ela poderá se estender pelo braço ou provocar sensações de entorpecimento ou formigamento no braço ou na mão

    • essa dor pode afetar somente um lado do pescoço e a rigidez do pescoço não é significativa

  • infecção

  • mononucleose

  • rubéola

  • em casos raros, cancro

Obs.: Este problema pode ter outras causas.

Cuidados em casa:

A dor no pescoço causada pelos hábitos de dormir pode ser aliviada adotando-se uma superfície firme, sem travesseiro, para dormir.

Os espasmos e a dor podem ser aliviados com a aplicação de calor através de duches, compressas quentes ou de uma bolsa térmica.

Os analgésicos de venda livre na farmácia ajudam a aliviar a dor e a inflamação.

A melhora deste distúrbio pode ser lenta e levar várias semanas para desaparecer completamente, assim, é necessário ser paciente.

Solicite assistência médica e farmacêutica se:

  • a dor não diminuir numa semana

  • a dor estiver associada a febre e dor de cabeça ou se o pescoço estiver tão rígido que não se consegue encostar o queixo no tórax

  • a dor irradiar-se pelo braço ou se houver entorpecimento ou formigamento no membro

  • o pescoço apresentar glândulas inchadas ou doloridas que não melhorem em uns poucos dias

O que esperar na consulta:

Será obtida a história clínica e realizado um exame físico.

A documentação detalhada da história clínica poderá incluir as seguintes perguntas:

  • localização

    • a dor está localizada na parte frontal do pescoço?

    • ela localiza-se na parte lateral do pescoço?

    • afeta ambos os lados ao mesmo tempo (simétrica)?

    • está localizada na nuca?

  • queixas associadas

    • a dor no pescoço surgiu antes de ocorrerem problemas dos sistemas nervoso/cerebral (fraqueza, perda da fala, e outros)?

    • é possível dobrar o queixo até tocar no tórax?

  • evolução

    • quando a dor no pescoço apareceu pela primeira vez ?

    • ela está presente todo o tempo ou aparece para em seguida desaparecer?

    • se ela aparece e desaparece, há algum padrão de ocorrência específico?

    • está a piorar?

  • outras:

    • que outros sintomas também estão presentes?

    • existe fraqueza do pescoço?

    • existe rigidez do pescoço?

    • existe algum nódulo no pescoço?

Os exames que podem ser realizados para o diagnóstico incluem:

  • raios X do pescoço

  • tomografia computadorizada do pescoço

  • exames de sangue como hemograma completo ou diferencial sanguíneo

  • análise do líquido cefalorraquidiano

Intervenção:
Pode ser prescrito um relaxante muscular e talvez um analgésico mais potente. Os medicamentos com prescrição médica não são necessariamente melhores que os de venda livre. O médico pode indicar o uso de um colar cervical ou, se houver uma lesão nervosa, encaminhar o paciente para um neurologista ou neurocirurgião para uma consulta.

Após a consulta:
O diagnóstico poderá ser incluído no seu registo médico pessoal.

Lesões no joelho

Se gosta de praticar desporto, é conveniente que conheça bem os sintomas de uma possível lesão para adequar o treino às suas limitações.

O joelho, articulação intermédia do membro inferior, tem provavelmente o papel mais importante da locomoção humana e as suas lesões são muito frequentes, nomeadamente na prática desportiva.

O joelho é uma articulação complexa e crucial, sendo um alvo fácil para as lesões, uma vez que é a articulação mais vulnerável no corpo de um atleta.

Embora nem sempre sejam evidentes as causas dos sintomas agudos ou crónicos das patologias do joelho, a obtenção de uma boa história clínica, a realização de um exame clínico adequado e os métodos de investigação poderão permitir a diferenciação entre sinovite, ruptura de ligamentos ou de menisco, lesão osteocondral ou outras”.

Por isso, atente às manifestações como “dor, perda da amplitude normal dos movimentos, edema e mobilidade anormal (instabilidade) ”.

Para o ajudar, vamos tentar expor-lhe as principais lesões comuns nos desportistas para o caso de algum dia se ver confrontado com essa dor. De acordo com os especialistas, todas as lesões podem ser combatidas com o tempo suficiente e um diagnóstico correcto.

Lesões Traumáticas do Joelho

  • Fracturas

  • Luxação da rótula

Lesões Ligamentares

  • Lesões ligamentares de predomínio interno – ligamento colateral interno

  • Lesões ligamentares de predomínio central – ligamento cruzado anterior

  • Lesões ligamentares de predomínio central – ligamento cruzado posterior

Lesões Meniscais

  • Referência a uma torção do joelho semiflectido, com dor súbita e impotência funcional

  • Dor localizada na interlinha, interna ou externa

  • Derrame intra-articular (seroso)

  • Impedimento doloroso para a carga completa e para a marcha sem claudicação

  • A palpação revela dor máxima exactamente na interlinha interna ou externa do joelho (não acima ou abaixo)

  • Menisco interno: dor à varização forçada da articulação (pressão forte no joelho, exercida de dentro para fora), sem dor à valgização (pressão forte no joelho, exercida de fora para dentro)

  • Menisco externo: dor à valgização forçada da articulação, sem dor à varização

Manobras Que Ajudam o Diagnóstico de Lesões no Joelho

Rotação lateral do joelho

  • Dor no lado interno do joelho com a realização desta manobra pode indicar lesão do ligamento colateral medial ou do ligamento coronário medial

  • Dor no lado lateral do joelho com a mesma manobra sugere lesão do tendão poplíteo (tendinopatia – “tendinite”)

  • Limitação do movimento (rotação lateral) é típica das aderências ligamentares do ligamento colateral medial

  • Amplitude do movimento aumentada resulta de frouxidão das estruturas ligamentares do compartimento medial e do ligamento cruzado anterior

Rotação medial do joelho

  • Dor na região lateral geralmente indica lesão do ligamento coronário lateral

  • Uma amplitude aumentada do movimento significa frouxidão dos ligamentos cruzados anterior e posterior e da porção dorsolateral da cápsula articular

Flexão do joelho

  • Diversas condições conduzem à limitação da flexão do joelho: lesões capsulares, aderências ligamentares, desarranjo interno, condições extra-articulares.

Extensão do joelho

  • Limitação da extensão, com sensação final espástica, em combinação com limitação da flexão indica artrite aguda

  • Limitação discreta, não dolorosa, com crepitação é típica da artrose

  • Uma limitação de 10 a 30 graus, com bloqueio elástico, é evidência de deslocamento meniscal

  • Dor no final da amplitude do movimento é com frequência sinal de pequeno problema ligamentar

Stress em valgo (pressão forte no joelho, exercida de fora para dentro, com a perna elevada e em extensão)

  • Dor medial durante a manobra é típica do estiramento do ligamento colateral medial

  • Amplitude aumentada em 30 graus de flexão é típica da ruptura ligamentar no compartimento medial

  • Amplitude aumentada em extensão significa provável lesão do ligamento cruzado posterior.

Stress em varo (pressão forte no joelho, exercida de dentro para fora, com a perna elevada e em extensão)

  • Dor lateral significa lesão do ligamento colateral lateral

  • Dor medial pode indicar corpo livre ou menisco medial impactado

  • Amplitude aumentada em 30 graus em flexão é típica de ruptura do ligamento colateral lateral

  • Amplitude aumentada na extensão completa significa provável ruptura do ligamento cruzado posterior

Teste de gaveta anterior ( traccionar a tíbia para diante, na posição deitada, com o joelho flectido e a outra mão sobre o joelho para estabilizar a coxa)

  • A dor é indicativa de pequena lesão do ligamento cruzado anterior

  • O aumento da amplitude é observado nas rupturas do ligamento cruzado anterior e/ou da cápsula posterior

Dores articulares

Dores articulares

A dor nas articulações podem resultar de uma variedade de causas

Sintomas associados a dores nas articulações

As dores nas articulações podem ter várias causas. Dependendo do problema, uma ou mais articulações podem ficar inflamadas ou doridas.
As articulações são estruturas complexas constituídas por ossos, músculos, ligamentos, tendões e outros tecidos. As lesões ou danos numa articulação podem envolver qualquer uma destas estruturas e, assim, por vezes é difícil definir com exactidão a origem da dor. Frequentemente, todas as partes da articulação ficam inflamadas.

Independentemente do problema base, as dores nas articulações podem estar associadas a vários outros sintomas, incluindo:

  • Rigidez, os movimentos da articulação são limitados devido à dor
  • Inchaço da articulação
  • Perda de funções da articulação

Uma articulação que aqueça com o toque sugere um grau superior de inflamação. Isto pode indicar inflamação grave contínua ou infecção – patologias que representam uma emergência médica.

Pé diabético

Dá-se esta designação aos diversos problemas do pé que ocorrem como complicação da diabetes. Eles ocorrem frequentemente, com uma prevalência de 23-42% para a neuropatia, 9-23% – para a doença vascular e 5-7% – para a ulceração do pé.

Considerando que a Diabetes em 2011 atingia 12,7% da população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos, número que corresponde a mais de um milhão de pessoas, é fácil perceber a extensão e impacto dos problemas associados ao pé diabético.

Em Portugal, cerca de 56% dos indivíduos tinham o diagnóstico de Diabetes já feito e em 44% essa doença ainda não tinha sido diagnosticada.

O pé diabético associa-se a importantes consequências médicas, sociais e económicas para os doentes, para a sua família e para sociedade.

A ulceração do pé diabético está associada à doença vascular periférica e neuropatia periférica, frequentemente em combinação. No entanto, os indivíduos com um risco elevado de ulceração podem ser facilmente identificados através de um exame clínico cuidadoso dos seus pés, estando a educação e o acompanhamento periódicos indicados nestes casos.

Quando a úlcera do pé é complicada por uma infecção, a combinação pode ser ameaçadora para o membro e até para a vida.

Os doentes com diabetes desenvolvem diversos problemas do pé que, se não forem tratados, podem causar complicações graves.

De um modo geral, o pé diabético ocorre em áreas onde existe lesão dos nervos, a chamada neuropatia, que reduz a sensibilidade do pé. As alterações da circulação e as alterações na forma do pé ou das unhas são outras causas de pé diabético.

Na neuropatia, a sensibilidade do pé a pequenos traumas fica muito reduzida, o que permite que a pele fique danificada e possa ocorre infecção.

 

Como se manifesta o pé diabético?

A diabetes pode causar alterações na cor da pele. Os pés podem ficar muitos secos e a pele estalar, como resultado das lesões dos nervos que são essenciais para o controlo da oleosidade e humidade da pele.

Por este motivo, é importante, após o banho, secar bem os pés e usar um creme hidratante. Convém não colocar creme ou óleo entre os dedos dos pés porque o excesso de humidade pode facilitar a infecção.

O pé diabético apresenta maior tendência para a formação de calos em zonas de maior pressão, sobretudo na planta do pé. Se não forem convenientemente tratados, os calos podem ulcerar e infectar.

A melhor abordagem para estes calos é a utilização de uma pedra pomes, com a pele molhada, que permite um bom controlo das calosidades. Os calos nunca devem ser cortados nem devem ser utilizados agentes químicos. 

As úlceras do pé diabético ocorrem mais frequentemente na planta do pé ou no primeiro dedo. Quando ocorrem nas partes laterais do pé, resultam de uma má adaptação do calçado.

Embora estas úlceras não causem dor, devem ser prontamente tratadas de modo a evitar a infecção. Uma úlcera mal tratada pode causar a perda de uma perna.

Em função do tipo de úlcera, poderá ser necessária uma limpeza mais ou menos profunda e o uso de antibióticos. O uso de calçado adequado é essencial na prevenção das úlceras e, quando elas estão presentes, impede o seu agravamento e progressão. 

Em alguns casos, poderá ser necessária a avaliação por um cirurgião vascular.

Um bom controlo da diabetes é essencial nestes casos, porque a presença de níveis de açúcar elevados no sangue dificulta o controlo da infecção.

 

Quais as causas do pé diabético?

O pé diabético é uma complicação da diabetes, que tende a perturbar o sistema vascular em áreas do corpo como os olhos, rins, membros e pés. Na diabetes, os vasos sanguíneos ficam estreitados e endurecidos.

Na presença de má circulação, torna-se mais difícil o combate às infecções e todo o processo de cicatrização fica comprometido. A pele fica mais seca e os pés podem inchar.

O tabaco agrava esta perturbação vascular da diabetes bem como a hipertensão arterial ou o excesso de colesterol.

Quando os pés apresentam má circulação ficam mais frios e os pacientes têm tendência em aquecê-los com botijas de água quente ou outros dispositivos. Como a sensibilidade está reduzida, o risco de uma queimadura é elevado pelo que a melhor solução mais segura será recorrer a um par de meias quentes.

Outro dos efeitos da má circulação é a ocorrência de dor quando se caminha depressa, sobre uma superfície dura ou numa subida. O repouso permite aliviar essa dor. O exercício ajuda a combater a má circulação ao estimular o fluxo sanguíneo nas pernas e nos pés.

Para lá da má circulação, o pé diabético resulta da chamada neuropatia, que corresponde a uma perturbação do funcionamento das estruturas nervosas e que provoca uma redução da sensibilidade à dor, ao frio e ao calor. Na presença de neuropatia, um pequeno corte, um calo, uma bolha poderão progredir sem serem detectados, originando infecção, ulceração e, em casos extremos, obrigando a uma amputação. Uma forma de reduzir as consequências da neuropatia diabética é a inspecção diária dos pés feita pelo próprio de modo a serem prontamente identificadas e tratadas quaisquer lesões que possam existir. Poder-se-á recorrer a um espelho quando paciente tiver dificuldade em se dobrar.

 

Como se trata o pé diabético?

Como já referido, cuidar bem dos pés é essencial. A sua observação diária é um passo simples mas essencial. Manter os pés secos, sobretudo entre os dedos, as unhas bem cortadas, usar calçado adequado, não andar descalço para evitar pequenas feridas, todos estes aspectos devem ser tomados em consideração.

Para melhorar a circulação, os pés devem ser mantidos numa posição elevada quando o paciente está sentado. É também útil mexer os dedos várias vezes por dia e, se possível, colocar-se em bicos dos pés de modo regular de modo a melhorar a circulação nas pernas e nos pés. Não se devem manter as pernas cruzadas durante muito tempo e não se devem usar meias muito apertadas.

O controlo da diabetes, hipertensão arterial e colesterol é igualmente muito importante.

Como referido, o tabaco compromete a circulação e o risco de amputação é maior em diabéticos fumadores. Como tal, não fumar é obrigatório.

A actividade física é um excelente aliado contra a diabetes e contra o pé diabético. Caminhar, dançar, nadar, andar de bicicleta são excelentes exercícios que estimulam a circulação, ajudam a controlar a tensão arterial, o colesterol e os níveis de açúcar. É importante adequar o tipo de exercício às limitações de cada um e, nesse sentido, é essencial ouvir e seguir as recomendações médicas sobre esta matéria.

 

Alongamentos

O que são Alongamentos?

Os alongamentos são exercícios que aumentam a flexibilidade muscular, através do estiramento das fibras musculares. Se o músculo estiver alongado, maior será a movimentação da articulação comandada por esse músculo, logo maior será a sua flexibilidade.

Qual a importância dos alongamentos? Porque devo fazer?

Uma vida sedentária, sem a prática de atividade física regular promove o encurtamento das fibras musculares, e a diminuição da flexibilidade. Nestes casos, existe uma maior propensão para o aparecimento de problemas nos ossos e músculos.
Com a prática regular de exercício físico e alongamentos, os músculos conseguem suportar melhor as tensões diárias e do exercício físico, prevenindo o aparecimento de lesões musculares.
Alongar relaxa o corpo e a mente, e quando feitos de maneira adequada trazem benefícios como:
• Redução da tensão muscular;
• Proporcionam maior consciência corporal;
• Previnem lesões;
• Preparam o corpo para atividades físicas;
• Ativam a circulação.

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Quando e como devo alongar?

É importante alongar os músculos antes da atividade física, esse alongamento prepara o músculo para as exigências do treino, protegendo e melhorando o desempenho muscular. Alongar depois do exercício é igualmente importante, promove o relaxamento dos músculos e dos tecidos em torno das articulações.
Os músculos devem ser alongados de forma gradual, para evitar que o músculo responda com uma forte contração, aumentando a tensão. Não alongue para além do ponto onde começa a sentir desconforto ou dor exagerados. A respiração é essencial, quando se respira fundo aumenta-se o relaxamento muscular. A respiração deve ser lenta e profunda. A regularidade na realização do alongamento é fundamental para o seu resultado e aplicabilidade.

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Conclusão

A aptidão física engloba vários componentes como a força, potencia, composição corporal e a flexibilidade. Estas e outras componentes devem estar inseridas no seu plano de treino, alongar no início e no fim da sessão é importante para prevenir lesões, dores musculares e promover melhorias no desempenho muscular.

Cuidar dos pés

Podologia – a importância de cuidar dos seus pés

Cada pé tem um padrão de comportamento próprio, pelo que é essencial avaliá-lo de forma a prevenir lesões e patologias. A consulta de Podologia tem como intuito fazer uma avaliação do estado geral de saúde dos seus pés e da sua influência no organismo.

A determinação da pressão plantar, examinada na consulta de Podologia, é extremamente importante para compreender a sobrecarga mecânica no aparelho locomotor humano num determinado movimento. Revela-se importante a análise da distribuição da pressão plantar em diversos movimentos, visto que esta variável conjuga a função dos pés e as pressões plantares realizadas.

Importância da Podologia para o treino e para a prevenção de lesões

Esta análise é fundamental, quer para aspetos específicos de treino, quer como forma de implementar planos preventivos de lesão, uma vez que este sistema é um bom detetor de influências negativas no sistema músculo-esquelético, por permitir o conhecimento da força aplicada numa determinada área.

Pé normal

No pé normal, durante a marcha, todos os metatársicos suportam a carga, existindo entre eles um equilíbrio na distribuição de forças, que apesar de ser diferente nas diversas fases da marcha, considera-se na prática igual para os quatro metatársicos externos e dupla para o primeiro metatársico.

O peso pode ser distribuído por diferentes regiões de acordo com a função biomecânica que é exigida ao pé. Assim, quando incide sobre as regiões anterior e posterior, exerce função de amortecimento; quando incide sobre o arco longitudinal lateral, exerce função de equilíbrio e propulsão; e quando incide sobre a primeira articulação metatársico-falângica, exerce função de rotação. Na consulta de podologia é utilizada uma plataforma de pressão plantar, em estática, tem extremo interesse para compreender e quantificar as regiões onde se realiza maior pressão durante a marcha, ausências de apoio e percentagem de apoio no antepé e retropé.

Pé em dinâmica

Em dinâmica, obtemos dados como a superfície de apoio total e zonas de máxima pressão pelas áreas anatómicas de divisão do pé (varia consoante o equipamento e software utilizado).

Das várias áreas analisadas, podemos retirar valores do pé esquerdo e do pé direito, como: início e o fim de apoio de cada área (m/s), percentagem de contacto de cada área, valor máximo de pressão (N/cm²), tempo da máxima pressão (m/s), impulso realizado em cada área durante o movimento (Ns/cm²), área de contato (cm²), entre outros dados.

Palmilhas personalizadas

Após a realização da avaliação biomecânica em complemento à consulta de Podologia, podem ser confecionados suportes plantares (palmilhas personalizadas), cujos objetivos principais são:

  • Prevenir lesões;

  • Alinhar as estruturas;

  • Compensar alterações mecânicas associadas a pronação excessiva e supinação e assimetria plantar;

  • Melhorar a absorção do impacto com o solo;

  • Influenciar/aumentar o rendimento desportivo;

  • Diminuir o risco de patologias de sobrecarga;

  • Compensar as heterometrias dos membros inferiores.

 

A importância da avaliação pormenorizada feita pela Podologia

Cada pé tem um padrão de comportamento próprio que, com o auxílio destes equipamentos e instrumentos, pode ser caracterizado de forma mais pormenorizada, influenciando a escolha do calçado desportivo, não só adequado ao desporto praticado mas também ao comportamento do seu pé.

Estiramentos e roturas musculares

Estiramentos e roturas musculares

As lesões musculares são das mais frequentes no desporto, afectando praticantes amadores e atletas profissionais. Com frequência, elas resultam de um processo de fadiga muscular, sobretudo em corredores de longa distância.

As lesões musculares resultantes de actividades desportivas podem depender de factores intrínsecos, relacionados com as caraterísticas individuais e biológicas, e factores extrínsecos, relacionados com o meio ambiente (piso de corrida, equipamento desportivo, condições climáticas, etc.). 

As corridas de longa distância tendem a causar lesões intrínsecas, como as tendinopatias, bursites, fasceites, fracturas de stress e lesões musculares. As lesões musculares afectam os corredores principalmente durante os treinos de velocidade.

Os atletas de competição podem apresentar maior predisposição para este tipo de lesão pela alta intensidade dos seus treinos. 

O estiramento muscular é uma lesão indireta frequente entre os corredores. Resulta de um alongamento excessivo das fibras musculares para lá da sua capacidade normal de trabalho, decorrente de ciclos intensos de contraçcão e relaxamento do músculo envolvido.

Os músculos posteriores da coxa, os músculos gémeos, a musculatura interna da coxa e o músculo anterior da coxa são os mais susceptíveis a esta lesão, também conhecida por distensão muscular.

Os estiramentos tendem a ocorrer na junção entre o músculo e o tendão, que corresponde à área de menor resistência do músculo, ou na inserção do tendão no osso. Contudo, podem ocorrer noutras localizações.

A classificação das lesões musculares tem variado ao longo do tempo e, de um modo geral, baseia-se na gravidade da lesão, na quantidade de tecido afectado e na perda funcional. Deste modo, consideram-se 3 categorias: grau 1, onde não existe lesão muscular apreciável; grau 2 com lesão muscular e redução na força muscular; grau 3, com rotura completa e total perda de função do músculo afectado.

Como tal, faz sentido abordar em conjunto estas diversas lesões que correspondem a graus diferentes de um mesmo processo traumático,

Factores de risco para os estiramentos e roturas musculares

Factores como a fadiga muscular e a presença de lesões prévias devem ser considerados na prevenção dos estiramentos e roturas musculares.

Existem diversos factores de risco para estas lesões: deficiências de flexibilidade, desequilíbrios de força entre músculos de acções opostas (agonistas e antagonistas), lesões musculares antigas, distúrbios nutricionais e hormonais, infecções, factores relacionados com o treino, má coordenação de movimentos, técnica incorrecta, sobrecarga e fadiga muscular, má postura durante a execução do treino, discrepância de comprimento dos membros inferiores, diminuição da amplitude de movimento e a insuficiência no aquecimento inicial antes da prática dos exercícios.

Um correcto aquecimento é essencial porque estimula a produção de líquido sinovial pelas membranas sinoviais (película de revestimento articular). Esse líquido lubrifica e alimenta a cartilagem articular. Um aquecimento de 10 minutos aumenta em 13% a produção deste líquido.

 

Sintomas dos estiramentos e roturas musculares

O sintoma mais característico é uma dor intensa no músculo, seguida de compromisso da função muscular a ponto de implicar a interupção da actividade.

 

Como se referiu, os estiramentos podem ser classificados de acordo com as dimensões da lesão, sendo os sintomas diferentes em cada caso:

  • Grau I – estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (< 5% do músculo). A dor ocorre num ponto específico, surge durante a contracção muscular contra uma resistência e pode estar ausente durante o repouso. O inchaço pode estar presente, mas, de um modo geral não é evidente. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida.

  • Grau II – o número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores ( > 5 e < 50% do músculo), com as mesmas características da lesão de primeiro grau, porém com maior intensidade. Acompanha-se de dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais acentuado e redução da função muscular. A resolução é mais lenta.

  • Grau III – ocorre uma rotura completa do músculo ou de grande parte dele (> 50% do músculo), resultando numa importante perda da função com presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contracção muscular passiva. O inchaço e a hemorragia são grandes.
    Uma rotura completa é muito rara, sendo as roturas subtotais mais frequentes.

 

Diagnóstico dos estiramentos e roturas musculares

O diagnóstico é essencialmente clínico, sendo complementado pela ecografia, ressonância magnética e tomografia computorizada.

Como regra, recomenda-se começar o diagnóstico pela história detalhada da ocorrência, seguida de uma observação médica minuciosa.

Quando se suspeita de lesão da estrutura do músculo, a ressonância magnética é muito importante, por permitir observar o padrão e a extensão dessa lesão, bem como o grau de envolvimento do tendão.

 

Tratamento dos estiramentos e roturas musculares

A aplicação de gelo na região afectada em ciclos de 10 a 15 minutos, através de bolsa envolvida por tecido fino para protecção da pele, e o recurso a uma compressão do local atingido são importantes medidas de tratamento. O membro deve permanecer elevado e em repouso, devendo o período de imobilização ser o mais curto possível de modo a se evitar a perda de força muscular e de sensibilidade do movimento.

Os analgésicos são úteis e os anti-inflamatórios devem ser utilizados com cautela porque podem comprometer o mecanismo de reparação tecidual.

Todas estes gestos, que visam a diminuição da dor e o controlo do inchaço, podem ser aplicados nas primeiras 24-48 horas. Após este período, recorre-se à fisioterapia, onde se pode incluir o uso de ultra-sons para ajudar a regeneração dos tecidos.

Por volta da terceira semana devem ser iniciados os exercícios para recuperação da força muscular e da amplitude de movimento das articulações envolvidas.

A intervenção cirúrgica é necessária em pacientes com grandes hematomas intramusculares, lesões ou roturas completas (grau III) e lesões parciais em que mais da metade do músculo esteja roto.

A intervenção cirúrgica também pode ser considerada se o paciente se queixa de dor persistente por mais de quatro a seis meses, particularmente se houver défice de extensão.

Após a reparação cirúrgica, o músculo deve ser protegido por uma banda elástica ao redor do membro a fim de promover uma relativa imobilidade e compressão. A duração da imobilização naturalmente depende da gravidade do trauma.

Se a falha muscular for muito extensa, a porção desnervada pode gerar um défice neurológico permanente com consequente atrofia muscular. Nestas circunstâncias, a cirurgia aumenta as hipóteses de reinervação e o desenvolvimento de tecido cicatricial espesso pode ser evitado.

 

Prevenção dos estiramentos e roturas musculares

As medidas de prevenção são importantes tanto para as crianças como para os adultos que se envolvem em práticas desportivas. De facto, as crianças apresentam um risco mais elevado de lesão mas estas lesões tendem a ser mais graves nos adultos.

Como regras gerais, o aquecimento é crucial em qualquer idade, bem como a utilização de equipamento adequado.

O nível de actividade deve ser aumentado de forma gradual e todo o corpo deve ser exercitado, o que permite evitar as lesões musculares e melhorar a resistência, força e flexibilidade.

Os limites de resistência individuais devem ser respeitados, sendo perigoso procurar ultrapassá-los. É importante não praticar desporto quando se está doente ou debilitado.

A aprendizagem e correcta aplicação das técnicas específicas de cada desporto ajuda a minimizar a ocorrência de lesões.
A adopção de hábitos alimentares saudáveis e a manutenção de um peso adequado são essenciais neste domínio como em todos os outros.

 

Pulso aberto

Se tem dores no punho e, consequentemente, dificuldades em desempenhar as tarefas mais básicas do seu dia-a-dia, é provável que sofra de pulso aberto. Esta doença resulta de lesões nos ligamentos dessa área e que se caraterizam pela perda de força no punho. Esta sensação de dor está associada à dificuldade em movimentar o membro. O punho não fica propriamente aberto, mas perde força e tem dor.
Estas dores não devem ser ignoradas e é imprescindível a consulta de um médico especialista que indique o tratamento mais adequado, que tanto pode passar por massagens terapêuticas, como pela osteopatia ou pela ortopedia, por exemplo.

Sintomas do pulso aberto

Este problema resulta muitas vezes da execução de tarefas repetitivas durante muito tempo ou de:
• Tendinites;
• Grandes esforços;
• Problemas articulares; ou,
• Quisto sinovial.
Portanto, as causas mais comuns do pulso aberto estão relacionadas com lesões dos ligamentos resultantes destes traumas. Em alguns casos, o doente sente que tem alguns dos ossos do punho mais presos e outros com mobilidade excessiva.
Os sintomas mais frequentes consistem em:
• Dor no punho (mas de intensidade suportável);
• Punho inchado;
• Dor nas articulações, sobretudo quando faz movimentos com o membro afetado;
• Perda de força na mão;
• Edemas;
• Alteração do grau de sensibilidade nessa zona.

Como se deteta o pulso aberto

Na presença dos sintomas acima enumerados é igualmente necessário realizar exames físicos para avaliar a existência (ou não) de lesão no nervo ou no tendão, através da análise do grau de sensibilidade.
Recorre-se ainda a ecografias para averiguar o tipo de lesão ou disfunção e a partir daí prescrever o tratamento adequado.

Doença tem tratamento

Descanso, aplicação de gelo e muita paciência são passos a seguir para uma recuperação mais rápida.

Numa fase inicial:

• Consulta com um dos nossos osteopatas especializados neste tipo de queixas
• Uso de anti-inflamatórios para aliviar as dores e diminuir a inflamação;
• Imobilizar a articulação;
• Cirurgia, se necessário (só em alguns casos – no entanto 8 de 10 conseguem-se curar através do nossos tratamentos inovadores).
Este tratamento realiza-se no caso do pulso aberto provado pela prática desportiva ou quando não se trata de uma lesão de caráter permanente.

Em casos permanentes:

O tratamento é constante e passa também pela adoção de medidas preventivas, que serão indicadas pelo médico ortopedista ou osteopata.
Os cuidados podem recorrer às seguintes técnicas:
• Osteopatia;
• Ortopedia
• Acupuntura;
• Fisioterapia;
• Homeopatia;
• Massagens terapêuticas;
• Activator Method.
Assim que a inflamação começar a diminuir e sentir menos dores pode começar a fazer alguns exercícios leves de alongamento, até para prevenção de futuras lesões. Os alongamentos aliviam a tensão no pulso, promovem uma melhor circulação sanguínea e ajudam na flexibilidade do membro.
É no pulso que se encontram inúmeros tendões, pequenos ossos, músculos, vasos sanguíneos e cartilagem. Por isso, este membro é bastante delicado e está mais suscetível para desenvolver lesões, que são geralmente dolorosas.
O problema do pulso aberto é muito frequente em desportistas e adultos que têm tarefas muito rotineiras. Contudo, pode também manifestar-se em crianças e adolescentes, que façam algum esforço adicional no punho.

Mialgia na coxa

A mialgia na coxa é a dor no músculo da coxa que pode ser causada por excesso de atividade física, pancada direta no local ou pode estar relacionada a outro problema mais grave, como alterações nos quadris.

Um quadro de mialgia também pode-se desenvolver por cansaço físico, estresse ou atividade repetitiva.

Sintomas de mialgia na coxa

Os sintomas de mialgia na coxa são:

•  Dor muscular na coxa;

•  Dificuldade para caminhar e para realizar exercícios físicos;

•  Pode haver inchaço da região.

O diagnóstico de mialgia na coxa pode ser feito através da observação dos sintomas acima citados e os exames, como ultrassom da coxa, podem descartar a possibilidade de distensão muscular ou estiramento muscular.

Tratamento para mialgia na coxa

O tratamento para mialgia na coxa depende do que originou a dor, mas geralmente há indicação de:

•  Repouso,

•  Alongamentos musculares e

•  Colocar uma bolsa de água morna no local da dor por 20 minutos, 2 vezes ao dia.

Quando a dor é persistente e compromete a realização das tarefas diárias do indivíduo a fisioterapia é indicada.

Tratamento para fracturas

O tratamento para fratura consiste no reposicionamento do osso, imobilização e recuperação dos movimentos que pode ser feito de forma conservadora ou cirúrgica.

O tempo de recuperação de uma fratura vai depender do tipo de fratura e da capacidade de regeneração óssea do indivíduo, mas veja aqui o que pode fazer para se recuperar de uma fratura mais rápido.

O tratamento conservador da fratura pode ser feito através da:

•  Redução da fratura, que consiste no reposicionamento ósseo feito pelo médico ortopedista;

•  Imobilização, que consiste em colocar o gesso ou tala gessada na região da fratura.

O indivíduo deverá permanecer com a região da fratura imobilizada por cerca de 20 a 30 dias, mas este tempo poderá ser maior se o indivíduo tiver idade avançada, osteopenia ou osteoporose, por exemplo.

Fisioterapêutico após fratura devolve a mobilidade

O tratamento fisioterapêutico para fratura consiste em devolver a mobilidade da articulação afetada após a retirada do gesso ou da tala imobilizadora. A fisioterapia deverá ser realizada diariamente e o objetivo deverá ser o aumento da amplitude dos movimentos da articulação e o ganho de força muscular.

Cirurgia pode ser indicada para tratar fraturas

O tratamento cirúrgico para fratura deve ser realizado quando há:

•  Fratura intra-articular, quando a fratura ocorre nas extremidades ósseas que ficam dentro da articulação;

•  Fratura cominutiva, quando o osso quebrado parte-se em 3 partes ou mais;

•  Fratura exposta, quando o osso chega a perfurar a pele.

A cirurgia deverá ser feita o mais rápido possível e depois dela o indivíduo deverá permanecer imobilizado por mais alguns dias. O curativo deverá ser trocado semanalmente, e se o indivíduo estiver com placa e parafuso, deve-se avaliar quando retirar estes dispositivos.

Remédios podem ajudar na recuperação

O tratamento medicamentoso para fratura pode ser feito à base de:

•  Analgésico, como o Paracetamol para diminuir a dor;

•  Anti-inflamatório, como o Benzitrat ou Diclofenaco Sódico, para controlar a dor e a inflamação;

•  Antibiótico, como Cefalosporina, para evitar infecções em caso de fratura exposta.

Este tratamento medicamentoso deve durar em média 15 dias, mas pode ser mais prolongado, de acordo com as necessidades do indivíduo.