Patologias do Pé e Tornozelo

Patologias do Pé e Tornozelo  

As patologias do pé e tornozelo podem ser enquadradas nas seguintes categorias:

– Adquiridas por utilização de calçado inadequado, stress físico, ou pequenas alterações mecânicas no próprio pé.

– Patologia artrítica, que tipicamente envolve uma ou mais articulações.

– Patologias congénitas do pé, que ocorrem à nascença e são geralmente herdadas.

– Patologias infecciosas do pé, causadas por bactérias, vírus, ou fungos.

– Neoplasias, também conhecidas como tumores, que resultam do crescimento anormal de tecido em qualquer local do pé e podem ser benignas ou malignas.

– Traumatismos, associados ao pé e tornozelo, tais como as fracturas.

Patologias mais comuns no pé:

Joanetes – alinhamento incorrecto da articulação do primeiro dedo com o metatarso, que aumenta de tamanho e que se torna dolorosa, afastando-se “para fora”; o dedo faz uma angulação em direcção aos outros dedos. Os joanetes têm uma forte componente hereditária, mas podem ser agravados por calçado inadequado. A funcionalidade inadequada do pé pode também ser uma agravante.

Dedo em garra – pode originar-se devido a um desequilíbrio muscular; ocorre quando o dedo adquire a forma de uma “garra”, pode afectar qualquer dedo, mas é mais frequente no segundo dedo do pé – pode aparecer como consequência de um joanete. A correcta escolha de meias e calçado podem aliviar o desconforto e evitar que piore. É aconselhável avaliar a causa e tratá-la.

Esporão do calcanhar – surge no calcâneo (osso do calcanhar), à frente no alinhamento de um forte tendão da planta do pé (fáscia plantar). O esporão vai-se formando com a tracção forte e repetida do tendão sobre a sua inserção no calcâneo – ocorre uma progressiva calcificação. A dor resulta normalmente do estiramento do tendão e não propriamente do esporão. É importante uma avaliação minuciosa de uma possível causa funcional/biomecânica.

Unhas encravadas – unhas cujos cantos/laterais ferem dolorosamente a pele. Podem ser o resultado de um mau corte ungueal, mas também podem ser resultado de conflito com o calçado, lesão, infecção fúngica, hereditariedade, e desvio na estrutura do pé. As mulheres são mais propensas do que os homens a tipo de problema com as unhas dos pés. A prevenção começa por realizar um corte correcto, seleccionar calçado adequado e actuar com rapidez perante alguma dor no pé.

Neuroma – aumento benigno da espessura do nervo, mais comum entre o terceiro e quarto dedo (na sua base). É causado por pressão e fricção sobre o nervo, inflamando-o. A pressão de sapatos de salto alto e/ou apertados ou alterações na estrutura óssea podem conduzir a esta patologia. A rapidez na intervenção é a chave para um tratamento bem sucedido. Dependendo da severidade, o tratamento pode consistir em ortóteses plantares personalizadas, infiltrações locais, e cirurgia.

Fasceite Plantar – inflamação na região plantar do pé que acarreta dor a nível do calcanhar e/ou arco. Há uma grande variedade de lesões ou uma funcionalidade inccorecta do pé que pode originar uma fasceite plantar. É habitual o recurso a tratamento anti-inflamatório, a exercícios específicos e ao tratamento com ortóteses plantares personalizadas para corrigir a funcionalidade do pé e aliviar a dor.

Sesamoidite – inflamação ou ruptura de um ou ambos os pequenos ossos (chamados de sesamoides) sob o primeiro metatarso. A utilização de calçado adequado e ortóteses plantares personalizadas podem ajudar.

Canelite/ “Shin Splint” – dor em qualquer dos lados da perna causada por inflamação muscular ou tendinosa. Está relacionado com a excessiva pronação do pé, mas também pode estar ligado a um desequilíbrio muscular entre grupos musculares opostos. Exercícios adequados, ortóteses plantares personalizadas para corrigir o excesso de pronação podem ajudar na prevenção e cura.

Fracturas de Stress – fendas incompletas no osso causadas por sobreuso (stress). Com repouso completo, estas fracturas em dedos ou outros ossos do pé tendem a curar rapidamente. Contudo, é frequente evoluírem para fracturas completas. É importante determinar a causa biomecânica e anulá-la/minimizá-la.