Fascite plantar – Dor no pé

O QUE A FÁSCIA PLANTAR

A fáscia plantar, também chamada de aponeurose plantar, é um ligamento que corre ao longo da parte inferior do pé, conhecida como sola ou planta do pé. A fáscia plantar é uma faixa de tecido espesso, intimamente ligada à pele e com propriedades elásticas, capaz de se esticar ligeiramente conforme a movimentação dos pés. Este tecido recobre toda base do pé, estendendo-se desde o osso do calcanhar, chamado osso calcâneo, até a ponta do pés, local onde se divide em cinco ramos, um para cada dedo.

A fáscia plantar age como um elástico. Ela cria uma tensão de modo a manter o pé sempre levemente arqueado. Quando andamos, no momento em que levantamos o calcanhar do chão e ficamos apenas com a ponta dos pés encostada ao solo, a fáscia plantar age como uma espécie de guincho, diminuído pressão que os dedos sofrem ao receber grande parte do peso do corpo.

 

O que é a fascite plantar

A fascite plantar é uma inflamação da fáscia plantar. Habitualmente, o local onde há maior inflamação da fáscia é próximo à sua ligação com o osso calcâneo.

 

CAUSAS DE FASCITE PLANTAR

A fascite plantar surge após repetitivos estresses na região da planta dos pés, causados normalmente por tensão e esgarçamento da fáscia plantar, que levam a micro traumas neste tecido e, consequentemente, inflamação da área lesionada.

A fascite plantar ocorre habitualmente em pessoas entre 40 e 60 anos, que ao longo de sua vida tiveram atividades ou problemas que provocaram repetido estresse sobre a fáscia plantar, como por exemplo:

  • Obesidade
  • Pé chato.
  • Pé cavo.
  • Trabalhar muito tempo em pé, como seguranças, professores, cirurgiões, trabalhadores de fábrica, etc.
  • Uso excessivo de salto alto.
  • Uso de calçados pouco apropriados para os pés, como sapatos apertados, largos ou velhos.
  • Alterações da marcha, como pisar com o pé torto, principalmente com a parte de dentro dos pés.

A fascite plantar também é muito comum em pessoas que praticam determinadas atividades, como corridas, balé, levantamento de peso e dança. Caminhada sem tênis adequado também pode causar estresse sobre a sola dos pés e levar à lesão da fáscia plantar. Estas atividades podem provocar o aparecimento precoce da fascite plantar, antes dos 40 anos.

 

Esporão do calcâneo e fascite plantar

O esporão do calcâneo é uma protuberância que surge no osso calcâneo devido a múltiplos microtraumatismos nesta região. Portanto, as mesmas lesões que provocam o surgimento da fascite plantar, também causam o aparecimento do esporão.

Antigamente achava-se que o esporão era uma das causas da fascite plantar, mas hoje sabe-se que só 5% dos paciente com esporão apresentam quadro de dor e inflamação na sola do pé.

 

SINTOMAS DA FASCITE PLANTAR

O sintoma mais comum da fascite plantar é a dor, tipo pontada, na planta do pé, especialmente na região logo abaixo do calcanhar. A dor é tipicamente pior durante os primeiros passos, como ao sair da cama de manhã ou levantar-se depois de estar sentado por algum tempo. A dor da fascite plantar costuma acometer apenas um dos pés, apesar de não ser impossível ter a lesão em ambos os pés ao mesmo tempo.

A dor pode ser agravada por andar descalço em superfícies duras ou subir escadas. Em atletas, ela pode ser particularmente agravada pela corrida. Profissionais que permanecem em pé por muito tempo costumam se queixar de piora do quadro ao final do dia.

Um elemento importante na história clínica é o período que antecede o início da fascite plantar. Os pacientes podem relatar que antes do aparecimento da dor haviam aumentado a quantidade das atividades físicas, mudado o tipo de calçado habitual ou sofrido algum trauma no pé.

 

DIAGNÓSTICO DA FASCITE PLANTAR

O diagnóstico pode ser feito através da história clínica do paciente e do exame físico dos pés. O médico irá procurar por sinais de lesão nos pés, pontos dolorosos e alterações anatômicas, como pé chato.

Em caso de dúvida, a ultrassonografia e a ressonância magnética podem ajudar no diagnóstico. A radiografia do pé é geralmente solicitada quando queremos descartar outras causar para a dor.

 

TRATAMENTO DA FASCITE PLANTAR

O tratamento é inicialmente feito de forma conservadora, com repouso e gelo local. Outros tratamentos para fascite plantar  incluem:

– Fisioterapia, com exercícios e alongamentos específicos para os pés e pernas.
– Calçados com palmilhas especiais. São importantes para quem trabalha muito tempo em pé.
– Em alguns casos, o uso por poucos dias de um anti-inflamatório pode ser necessário para controlar a dor
– O uso de talas noturnas também é uma opção.
– Pessoas com excesso de peso devem emagrecer.

Injeções de corticoides no calcanhar podem ser utilizadas nos casos em que não há resposta satisfatória ao tratamento conservador

Alguns estudos tem mostrado benefícios com injeção de botox, com resposta semelhante ao uso de corticoides

Em geral, mais de 80% dos pacientes respondem a esses tratamentos. A cirurgia é última opção, sendo  raramente necessária.

Dor no ombro

O que é Dor no ombro?

A dor no ombro diz respeito a qualquer dor nas articulações do ombro ou ao seu redor.

 

Causas

A articulação do ombro, como todas as articulações dos membros superiores, desenvolveram-se e adaptaram-se para ser uma articulação de função e não de carga, como é o caso de articulações dos membros inferiores. Para isso, os músculos e tendões presentes no ombro desempenham um papel importantíssimo para o bom funcionamento destas articulações. A causa mais comum de dor no ombro é quando os tendões são acometidos inicialmente por uma inflamação. Os tendões ficam inflamados ou danificados, configurando, assim, uma condição chamada de tendinite da coifa dos rotadores. A dor no ombro por tendinite pode ocorrer por:

  • Desgaste natural devido ao envelhecimento
  • Atividade desportiva, em especial aquelas que envolvem movimentos de lançamento, como baisebol, ténis, natação, etc.
  • Atividades de trabalho em que é preciso levantar o ombro
  • Trauma direto ou queda sobre o ombro

 

A dor no ombro também pode ser causada por:

  • Artrite nas articulações ao redor do ombro (estreitamento gradual das articulações e perda de cartilagem de proteção, em geral, relacionado ao envelhecimento ou ao desgaste da articulação)
  • Bursite é o termo mais comum utilizado para se referir à dor no ombro, muito embora essa ideia seja equivocada. O termo bursite significa única e exclusivamente uma inflamação da glândula bursa, que pode ser encontrada em algumas articulações, e serve para facilitar o deslizamento dos tendões durante os movimentos da articulação
  • Fraturas dos ossos do ombro
  • A síndrome do ombro congelado, conhecida também como capsulite adesiva, é uma lesão inflamatória de origem desconhecida, que, na fase aguda ou inflamatória pode gerar muita dor. Depois, ocorre uma retração da cápsula do ombro provocando perda de movimentos. A dor, no entanto, tende a melhorar. Esta doença desaparece espontaneamente, evoluindo para a cura total entre seis e 12 meses, aproximadamente
  • Tendinite do bíceps
  • Deslocamento do ombro, ou luxação do ombro, quando o osso do braço (úmero) desencaixa da articulação, em geral, após um trauma.

Outras possíveis causas para a dor no ombro incluem:

  • Necrose avascular
  • Radiculopatia cervical
  • Ataque cardíaco
  • Entorses e distensões
  • Polimialgia reumática
  • Síndrome do desfiladeiro torácico

 

Na consulta médica

Entre as especialidades que podem diagnosticar a dor no ombro estão:

  • Clínica médica
  • Ortopedia
  • Traumatologia
  • Reumatologia
  • Cardiologia

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade

Atualmente, a especialidade de Ortopedia e Traumatologia se desenvolveu muito, em relação as técnicas de tratamento, os equipamentos utilizados com altíssima tecnologia agregada, e, por isso, surgiram as subespecialidades. Nas subespecialidades, o médico pode se dedicar a tratar e diagnosticar as doenças relacionadas as diversas articulações em questão de forma mais precisa e eficaz. Portanto, quando tiver um problema no ombro, procure se consultar com um médico especialista nesta articulação, ou seja, o especialista em “ombro e cotovelo”.

Na consulta, o especialista saberá conduzir as perguntas, no sentido de esclarecer o problema articular: características da dor, como intensidade, localização, frequência, etc.; mobilidade: dor durante determinados movimentos, perda de movimento, movimentos mais difíceis ou relacionados com determinadas atividades, etc.; possíveis causas para o aparecimento do problema; relação com alguma atividade de trabalho ou do desporto; etc.

 

Diagnóstico de Dor no ombro

O médico, com as informações obtidas com a conversa com seu paciente e com o exame físico, necessitará, também, complementar as informações obtidas com exames complementares de imagem, que podem ser radiografias, ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros. Ele poderá, ainda, poderá solicitar exames laboratoriais, de sangue, por exemplo, para auxiliar na definição de m diagnóstico preciso.

 

Tratamento e cuidados

Tratamento de Dor no ombro

O tratamento para os problemas do ombro devem ser indicados sempre após uma investigação precisa e detalhada, por meio de exames complementares se estes forem necessários.

O tratamento pode ser conservador, também chamado de não cirúrgico, que consiste na prescrição de anti-inflamatórios, analgésicos, fisioterapia, educação postural, exercícios assistidos e orientados por pessoas especializadas quando necessário, aplicação local de gelo, repouso, entre outras medidas.

Quando o tratamento conservador falha, ou em casos mais graves de rupturas de tendão, deslocamentos do ombro ou fraturas, o tratamento pode exigir a correção cirúrgica. Entre os métodos cirúrgicos mais modernos de tratamento, em alguns casos, pode-se fazer o tratamento por artroscopia, que é um método pouco invasivo para tratamento das lesões do ombro.

Varizes

As Varizes

Trata-se de uma doença do sistema circulatório que tem origem nas veias das pernas que se dilatam e causam problemas no fluxo sanguíneo. Afetam uma em cada dez pessoas, sobretudo mulheres.

Produzem-se por um mau funcionamento das válvulas das veias das pernas. Estas válvulas permitem o retorno do sangue das extremidades inferiores em direção ao coração, mas podem funcionar mal, fazendo com que o sangue estanque, e, por conseguinte, as veias inchem.

Sintomas

Pernas pesadas, cãibras, ardor e, às vezes, dor muito intensa, para além de serem esteticamente desagradáveis e incómodas para quem as tem. Também produzem cansaço e, em estados mais avançados, podem causar avermelhamento da pele.

Tratamento

A técnica mais empregue até ao momento, e com bons resultados, é a cirurgia. Outros tratamentos baseiam-se na utilização de esclerosantes, que facilitam a circulação venosa e, entre os tratamentos mais modernos, destaca-se a terapia com laser.

Como prevenir

– Se sente o peso e a dor característicos das varizes, levante as pernas e aplique frio. O calor pode piorar a situação.

– Praticar exercício continuado também ajuda. Escolha desportos suaves, mas que ativem a circulação das pernas. Os melhores são nadar e andar a pé.

– Não utilize roupa demasiado apertada, porque favorece o aparecimento de varizes.

– No que diz respeito aos sapatos, tente não ultrapassar os 3 cm de salto.

– A aplicação frequente de massagens ajuda a que o retorno venoso se faça adequadamente, evitando os sintomas.

Pontos de Gatilho

A massagem e os pontos de gatilho

Uma das motivações básicas que leva alguém a trabalhar com massagem e a persistir nesta ocupação é o desejo de ajudar outras pessoas, de diminuir as suas dores e aumentar seu bem-estar.
Todos massagistas começam por aprender uma série de técnicas manuais que, com o desenvolvimento da destreza das mãos, percepção e intuição, o possibilitam relaxar músculos tensos, doloridos e melhorar a circulação sanguínea e linfática. Existe até o que poderíamos chamar de uma escola de pensamento em massagem que a define como sendo exatamente isso – a aplicação das mãos em uma série de manipulações não específicas com a finalidade de relaxar pessoas. Esta abordagem é muito importante e sempre terá o seu lugar, mas vez por outra, o massagista será solicitado a atender a uma queixa mais específica como um torcicolo ou uma lombalgia. E, no seu anseio em ajudar, poderá se sentir limitado pois algumas destas condições não respondem satisfatoriamente às manipulações tradicionais de massagem. Entramos então em uma segunda abordagem, mais clínica, que exigirá conhecimento maior e técnicas mais sofisticadas.

Muito frequentemente, as crises de dor aguda ou mesmo as dores crónicas estão ligadas a contraturas (espasmos) de um ou mais músculos. O conceito de pontos-gatilho (trigger point, em inglês) e de como tratá-los, pode ser então uma ferramenta útil que possibilitará ao massagista eliminar com sucesso estas contraturas – e as dores a elas relacionadas.

Por volta do final da década de 20, um alemão chamado Max Lange descobriu que nos músculos podiam aparecer pontos sensíveis e que o tecido nesses pontos se apresentava mais rígido que os circundantes. Esses pontos foram batizados em 1948 pela doutora Janet Travell, médica da Casa Branca na gestão Kennedy. Ela os chamou de pontos-gatilho miofasciais e desenvolveu um método de tratamento usando injeções de solução salina nestes pontos. Mais tarde descobriu-se que era possível desativar os pontos-gatilho usando apenas a pressão direta sobre eles. Então, por definição, um ponto-gatilho é um local no músculo altamente irritável que se apresenta rígido à palpação e que produz dor, limitação na amplitude de alongamento, fraqueza sem atrofia e sem déficit neurológico.

Os pontos-gatilho são instalados num músculo toda vez que este for sobrecarregado e exigido além da sua capacidade de tolerância no momento. Uma vez instalado ele pode ficar em estado de latência por muito tempo, às vezes anos, até ser ativado. Para ativá-lo basta apenas que se some a ele uma situação de stress físico e/ou emocional e uma nova sobrecarga do músculo. Quando ativado ele produz um espasmo doloroso em algumas fibras do músculo. A situação se complica quando o sistema nervoso, recebendo o sinal de dor, intervém exigindo que o músculo se contraia, numa tentativa de defendê-lo. Esta nova contração sobre o espasmo doloroso produz mais dor. Fecha-se então um ciclo vicioso em que quanto mais dor for produzida pela contração, mais contração o sistema nervoso pede ao músculo. E o que começou com algumas fibras, logo envolve o músculo inteiro e até mesmo outros próximos, abrangendo toda uma região. Como exemplo disso temos então um torcicolo ou uma lombalgia.

Como tratá-los? Antes de mais nada é preciso localizar os pontos através da palpação. Então pressioná-los por mais ou menos dez segundos. Isto vai desativá-los. Pode ser bem doloroso, devendo por isso ser feito com calma e sensibilidade. Depois, deve-se alongar os músculos onde eles estavam instalados para devolver a eles sua extensão normal de alongamento.

Eventualmente, um massagista faz isso intuitivamente. É um procedimento até bem simples, mas somado a um bom conhecimento de miologia e cinesiologia pode tornar possível ao massagista atender uma grande variedade de condições dolorosas, desde que de origem muscular.

Aterosclerose

A aterosclerose

É uma condição da nossa Sociedade. A sua elevada prevalência não tem, aparentemente, a ver com qualquer causa genética particular, mas resulta dos comportamentos e estilos de vida menos saudáveis adotados e praticados na nossa vivência diária. É, pois, um absurdo do desenvolvimento e da vivência social. Confrontados com o prolongamento da vida, com uma maior disponibilidade alimentar em gorduras e calorias, com um sedentarismo crescente, com um descurar de hábitos e estilos de vida prejudiciais (tabagismo, ingestão de sal), com uma maior incidência de diabetes, temos, no fim da linha, a aterosclerose.

O aparecimento e o desenvolvimento da aterosclerose é, tradicionalmente, olhada como uma doença em que as gorduras da circulação (o colesterol) se depositam, ao longo de anos e décadas, na parede das artérias e que acabam por formar um obstáculo, maior ou menor, ao fluxo de sangue numa determinada artéria, num determinado órgão (coração, cérebro, rim ou membros inferiores). Esta seria a causa última da trombose (entupimento do vaso) e da necrose (morte) dos tecidos afetados.
No entanto, a lesão de aterosclerose nas artérias, não é uma simples obstrução, mas é um processo inflamatório. A placa de aterosclerose – plena de gorduras, de células do sangue e dos elementos que formam a parede dos vasos – é capaz de, em qualquer momento, ver interrompida a sua progressão, a sua evolução, por um evento agudo, uma ocorrência súbita, capaz de provocar rotura da placa, o contacto do sangue com os seus constituintes, a estimulação das plaquetas (célula do sangue que participa na coagulação) e o desenvolvimento da trombose, com a interrupção súbita do fluxo sanguíneo.

A aterosclerose é uma doença que afecta predominantemente as artérias de médio calibre (as artérias coronárias, artérias do pescoço: as carótidas, as artérias renais, as artérias cerebrais e basilares e, também, a aorta – sobretudo na sua porção abdominal – e as artérias ilíacas e femorais) e que se caracteriza pela alteração da dilatação vascular, inflamação e acumulação de lípidos (colesterol e outros elementos de gordura), cálcio e restos celulares, por baixo da íntima (as chamadas estrias lipídicas ou de gordura).
Estas lesões iniciais, constituídas essencialmente, por células de origem inflamatória cheias de colesterol com origem nas LDL (o chamado colesterol “mau”) e em outras gorduras são capazes de evoluírem para outros tipos de lesões mais graves: a placa aterosclerótica. Alguns dos materiais presentes na placa – nomeadamente os lípidos – são favorecedores da ocorrência de trombose e das complicações agudas resultantes da redução súbita do fluxo sangue e da chegada de oxigénio e nutrientes aos tecidos.
Assim, qualquer tentativa terapêutica que corrija a “doença local” (pontagem aorto-coronária, angioplastia ou colocação de stent) tem em conta o carácter necessariamente limitado, que tem de ser complementado por uma modificação dos estilos de vida e pela correção dos fatores de risco cardiovascular. Só assim é conseguida a estabilização da doença aterosclerótica, o controlo da perigosidade da doença.

Está largamente reconhecido que a doença aterosclerótica tem uma origem multifatorial, em que as “gorduras” do sangue, têm um papel fundamental. No entanto, frequentemente, no mesmo indivíduo – homem ou mulher – coexistem 2 ou mais fatores de risco cardiovascular que, atuando sinergicamente, aumentam, a probabilidade de ocorrência de um evento cardiovascular. Hoje, existem tabelas e formas de contabilizar o risco cardiovascular individual, face à presença de alterações, da pressão arterial, do colesterol sanguíneo ou dos nossos hábitos, tendo em conta a nossa idade e o nosso sexo.
Estas tabelas ajudam o médico a identificar o risco cardiovascular global (possivelmente merecedor de intervenção terapêutica) e a motivar os doentes numa estratégia de execução das medidas modificadoras de estilos de vida e farmacológicas.

Fibromialgia

O que é a Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndroma crónica caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. Outras manifestações que acompanham também as dores são a fadiga, as perturbações do sono e os distúrbios emocionais. Alguns doentes queixam-se de perturbações gastrointestinais.

Há várias descrições da doença desde meados do século XIX mas apenas foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como doença no final da década de 70.

Sofrem da doença de 2 a 8% da população adulta dependendo dos países.

Da população atingida, entre 80 a 90% dos casos são mulheres com idade entre os 30 e os 50 anos.

A DOR NA FIBROMIALGIA

O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor, que pode afectar uma grande parte do corpo.

Em certas ocasiões, a dor começa de forma generalizada, e em outras numa área como o pescoço, ombros, região lombar etc.

A dor da fibromialgia pode ser descrita como queimadura ou mal estar. Às vezes podem ocorrer espasmos musculares .

Com frequência, os sintomas variam em relação à hora e ao dia , podendo ter maior incidência matinal, agravando-se com a actividade física, com as mudanças climáticas, com a falta de sono e o stress, etc.

Acredita-se que a doença seja devida a uma perturbação dos mecanismos da dor, nos fusos neuromusculares, não havendo propriamente lesão de qualquer órgão, nomeadamente músculos ou articulações, podendo nalguns casos ser altamente invalidante.

OUTROS SINTOMAS E ASPECTOS DA FIBROMIALGIA

Além da dor a fibromialgia pode causar sensação de formigueiro e inchaço nas mãos e pés, principalmente ao levantar da cama assim como ocasionar rigidez muscular.

Outra alteração da fibromialgia associada à dor é a fadiga, que se mantém durante quase todo o dia com pouca tolerância ao esforço físico.

Quando o sintoma Dominante é a Fadiga a doença tem sido designada por Síndroma da Fadiga Crónica.

As pessoas com fibromialgia queixam-se com frequência de ansiedade, às vezes há depressão, perturbações da atenção, concentração e da memória.

Alguns doentes têm queixas gástricas e cólon irritável.

Cerca de 70% dos doentes com fibromialgia queixam-se de perturbações do sono, piorando as dores nos dias que dormem pior.

Os registos electroencefalográficos podem apresentar alterações em relação com as perturbações do sono.

Há relatos de casos de fibromialgia que começam depois de uma infecção bacteriana ou viral, um traumatismo físico ou psicológico.

Existem estudos que mostram que pessoas com esta doença, apresentam níveis baixos de algumas substâncias importantes, particularmente a serotonina e níveis elevadas de proteína P relacionados com a dor.

DIAGNÓSTICO

Dado que não existem exames ou análises que permitam a confirmação do diagnóstico, este é feito com a história clínica, a observação médica pondo em evidência pelo menos 12 de 18 pontos dolorosos representados nas figuras ao lado, associados à fadiga, às perturbações do sono e às alterações emocionais. Na Síndroma da Fadiga Crónica sem dores não há pontos dolorosos o que torna a situação muito mais aleatória.

Em resumo os Critérios de Diagnóstico são:

Duração superior a 3 meses de:

Dor difusa pelo corpo.

Dor à apalpação de 12 de 18 pontos dolorosos.

E pelo menos mais 2 dos 3 sintomas seguintes:

– Fadiga

– Alterações do sono

– Perturbações emocionais

– Devem no entanto ser investigados a presença de lesões nos músculos, alterações do sistema imunológico, problemas hormonais e principalmente doenças reumáticas, etc.

– No caso da fibromialgia todos os exames e análises devem ser normais.

PROGNÓSTICOS E TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA

Há várias medicações muito úteis para atenuar os sintomas da fibromialgia e muitas outras estão a surgir.

Os estudos a longo prazo sobre fibromialgia têm demonstrado que se trata de uma doença crónica com uma evolução alternando períodos melhores com outros de grande crise em que a medicação é fundamental.

Um dos aspectos que por vezes é determinante para o prognóstico é a relação entre o doente, os familiares, os colegas de trabalho e a comunidade, e não menos importante, mas indispensável, é o apoio e uma boa relação médico / doente.

Dr. Fernando Morgado – Neurologista

ALGUMAS NOTAS SOBRE FIBROMIALGIA – Dr. Sanchez Silva

1 – O QUE É?

Trata-se de uma doença crónica, que predomina no sexo feminino (relação mulher / homem – 10/1), caracterizada por dor generalizada , fadiga, sono não reparador e hipersensibilidade dolorosa.

2 – GRUPO EM QUE SE INSERE:

Devido ao desconhecimento das causas da doença, torna-se difícil o seu enquadramento, embora a maioria dos autores a classifique como Síndroma Astenia Crónica / Doença Reumática.

3 – PREVALÊNCIA:

Embora não haja estatísticas rigorosas para Portugal, calcula-se que 5% a 6% da população sofre da doença, havendo uma distribuição pelas diversas faxas etárias, desde a idade escolar, com predominância nas mulheres acima dos 40 anos.

Existe, contudo, uma certeza:

É, neste momento, uma doença em expansão.

A observação de diagnósticos comuns a elementos da mesma família, não nos permite, ainda, concluir que seja uma doença hereditária.

4 – HISTÓRIA DA DOENÇA:

Já Hipócrates descreve a dor musculo-esquelética difusa.

Em 1824, Balfour faz a associação entre reumatismo e pontos dolorosos.

Em 1880, Beard classifica como Mielastenia uma síndroma com as características da Fibromialgia.

No início do séc xx, Growers introduz o termo “Fibrosite”por supor (algo nunca comprovado), que se trataria de alterações fibromusculares.

Em 1972, Moldofsky identifica as perturbações do sono Nrem.

Em 1977, Smythe e Moldofsky associam a presença de dor crónica e generalizada com pontos dolorosos em locais previsíveis e sono não reparador.

Em 1990, o Colégio Americano de Reumatologia define os critérios de diagnóstico ainda agora utilizados.

5 – FISIOPATOLOGIA:

Especula-se, ainda, acerca da origem da doença.

Sabe-se que os doentes de fibromialgia apresentam diminuição de seretonina e ácido 5 – Hidroxindolacético no LCR e no plasma, assim como elevação da substância P no LCR e hipovascularização de algumas regiões cerebrais, alterações no EEG de sono nocturno, na fase Nrem, hipertonia simpática, alterações da memória recente, além de outras alterações, mas que, todas elas são comuns a outras patologias.

O mais provável é que seja uma causa multifactorial.

6 – DIAGNÓSTICO:

Critérios de diagnóstico da Sociedade Americana de Reumatologia:

A – Manifestações nucleares

– Dor crónica generalizada, com evolução de, pelo menos, 3 meses, abrangendo a parte superior e inferior do corpo, lado direito e esquerdo, assim como o esquerdo axial.

– Dor à pressão, em, pelo menos, 11 de 18 pontos predefinidos, a saber:

1. – Ponto occipital

Bilateral, nas inserções do músculo sub-occipital.

2, – Ponto cervical inferior

Bilateral, na face anterior dos espaços intertransversários de C5 e C7

3. – Ponto trapézio

Bilateral, no ponto médio do bordo superior do músculo.

4. – Ponto supra espinhoso

Bilateral, na origem do músculo acima da espinha da omoplata, junto do bordo interno.

5. – Ponto 2ª costela

Bilateral, na junção costo-condral da 2ª costela, imediatamente para fora da junção e na face superior.

6. – Ponto epicôndilo

Bilateral, 2 cm externamente ao epicôndilo.

7. – Ponto glúteo

Bilateral, no quadrante superior externo da nádega, no folheto anterior do músculo.

8. – Ponto grande trocanter

Bilateral, posterior à proeminência trocantérica.

9. – Ponto Joelho

Bilateral, na almofada adiposa interna, acima da interlinha articular.

Os pontos dolorosos não são de dor espontânea.

A sua pesquisa deve ser efectuada com uma pressão digital de 4kg.

A dor não deve irradiar.

B – Manifestações Características:

Fadiga crónica, sono não reparador, parastesias, rigidez (sobretudo matinal), edema subjectivo, cefaleias, síndroma de colon irritável, fenómeno de Raynaud, depressão/ansiedade, hipersensibilidade generalizada à pressão e mudanças de temperatura ( tipo sindroma gripal).

O diagnóstico é exclusivamente clínico, não existindo exames subsidiários caracteristicamente positivos na fibromialgia.

7 – DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:

Tendo em consideração que os sintomas de fibromialgia são comuns a outras doenças que têm tratamento diferente, sendo que algumas são potencialmente graves em termos de sobrevida, serão de excluir os diagnósticos de:

– Artrite reumatóide; Lupus eritematoso sistémico; Espondilite anquilosante; Polimiosite; Sindroma de Sjörgen; Polimialgia reumática; Osteomalácia ; Osteoporose; Doença vertebral degenerativa; Sindroma de dor miofascial; Hipotiroidismo;Hipertiroidismo; Hiperparatiroidismo; Sindroma paraneoplásico; Miopatia metabólica; Metastização tumural; Mieloma múltiplo, Polineuropatias; Doença de Parkinson;Sarcoidose; Infecções víricas; Neuroses; Psicoses; Ansiedade; Depressão.

Qualquer destas patologias pode coexistir com a Fibromialgia.

8 – ALGUNS MITOS:

A fibromialgia é uma Doença Psiquiátrica?

Não!

Trata-se de uma doença orgânica crónica, a qual, dadas as suas características (dor generalizada, cansaço fácil) e à incompreensão de todos aqueles que rodeiam o doente, leva, muitas vezes, a que os mesmos desenvolvam reacções do foro psíquico.

Estudos recentes (Petzeke e Col) comparativos e randomizados comprovam que nestes doentes há uma hiperalgesia, independentemente de factores psíquicos.

Basta imaginar o estado de espírito de qualquer um de nós perante uma dor de dentes contínua desde há anos e sem alívio!…

A Fifromialgia tem cura?

Não!

Aliás, com o passar dos anos, o doente tende a piorar, se não houver condições para um adequado tratamento, adaptação ou perante a ausência da ajuda de terceiros nas diversas tarefas diárias.

Há algum medicamento específico?

Não!

O tratamento é Multidisciplinar e tem de ser adaptado a cada doente e à fase em que se encontra.

O Doente de Fibromialgia é Simulador? Piegas?

Não!

Trata-se de uma Doença Orgânica, que pode ser extremamente Incapacitante, afectando seriamente a qualidade de vida do doente e para a qual não há tratamento específico.

O Doente Nunca mais pode Trabalhar?

Em alguns casos é verdade, mas na maioria Pode e Deve trabalhar, mas…

Ao seu ritmo e respeitando Períodos de Repouso e em ambientes Sem Pressão ou Stress.

Não vale a pena Tratar?

Embora a doença não tenha cura, Pode e Deve ser tratada no sentido do alívio dos Sintomas e Melhoria da Qualidade de Vida dos doentes.

9 – TRATAMENTO:

O primeiro passo é Acreditarmos no sofrimento do doente!

Seguidamente, envolver o doente no seu tratamento. Cada sujeito activo compreendendo e colaborando na responsabilidade do Sucesso / Insucesso.

Deve frisar-se que se trata de uma doença crónica e que o tratamento visa, não a Ausência de Sintomas, mas o seu Controlo.

Também teremos que estar preparados para Adaptar os esquemas terapeuticos à evolução das queixas.

É sempre um tratamento Individualizado e consta de:

1 – Tratamento Farmacológico:

A aminotriptilina, em doses baixas ( 10mg – 25mg/ dia), a fluoxetina, o diazepan e outros miorrelaxantes, ansiolíticos, indutores do sono, antiepiléticos, (o topiramato em doses até 75mg/dia tem-se mostrado útil), assim como alguns analgésicos como o paracetamol, com e sem codeína, os salicilatos, o tramadol, revelam alguma eficácia.

Os carticoesteroides, devido aos efeitos secundários e à quase ineficácia, são de Evitar!

2 – Tratamento Psiquiátrico:

O apoio psiquiátrico nunca deve ser de descurar, sempre que se revele necessário, sob a orientação de médico psiquiatra com experiência em dor.

3 – Psicoterapia Coadjuvante:

Particularmente útil nas áreas Cognitiva / Comportamental:

Aprender a viver com a doença e aceitar as suas limitações, assim como aprender a lidar com o stress.

Técnicas de Bio-Feedback têm-se mostrado úteis.

4 – Fisioterapia:

Apenas quando individualizada e efectivada por técnicos com experiência nestes doentes.

5 – Exercício Físico:

Fundamental, se adaptado às condições do doente.

Aconselha-se, essencialmente, a caminhada e natação (sem grande esforço), em ambientes agradáveis e tépidos.

É importante não descurar o Exercício Físico, porque a inacção para que tendem os doentes de Dor Crónica, acarreta consequências psíquicas e físicas como Depressão, Obesidade, Atrofia Muscular, Osteoporose, atralgias, tudo situações que acabam também e por si só, gerar doença.

10 – A FIBROMIALGIA E O DOENTE:

Como em qualquer outra doença dolorosa crónica e tendencionalmente incapacitante, estes doentes apresentam-se muito queixosos, com níveis de auto-estima baixos, angustiados, revoltados, não compreendidos e uma história de grande dificuldade em gerir a sua vida familiar, laboral e social.

A FAMÍLIA:

Factor primordial, para o melhor e para o pior, na evolução destes doentes.

Muitas vezes não colabora, acusando o doente de “preguiçoso”, “piegas” ou “desequilibrado” emocionalmente.

Normalmente, após elucidado, o agregado familiar passa a colaborar, sendo de grande importância, pelo suporte que pode dar ao doente.

Por vezes, a própria família precisa de Apoio.

O TRABALHO:

Devido às características da doença, a rentabilidade baixa, o que, muitas vezes, acarreta acusações dos colegas e superiores hierárquicos, criando um meio hostil.

Devem-se diminuir os níveis de Stress do doente, respeitando os seus Ritmos de trabalho e/ou mudando de Actividade profissional.

A SOCIEDADE:

Normalmente, a incapacidade inerente à doença implica uma marcada diminuição da quantidade e qualidade da Vida Social destes doentes, assim como um aumento de gastos com o consumo de Serviços de Saúde e da Segurança Social, com faltas ao trabalho e Reformas precoces.

O Estado português ainda não facilita a estes doentes os direitos que lhes deveriam ser atribuídos, de acordo com o reconhecimento da patologia já existente, revelando-se duplamente penalizante para o doente e agregado familiar.

A EQUIPA DE SAÚDE:

É fundamental Acreditar no sofrimento do doente, Ser Solidário, Não desistir, estar Disponível e Atento, Aprender e Ensinar e Nunca esquecer que o doente de fibromialgia também é passível de desenvolver outras doenças.

O MÉDICO DE FAMÍLIA:

Cremos ser a base da Gestão destes doentes, porque os conhece individualmente desde há longos anos, conhece as famílias e tem a sua confiança, o ambiente laboral e os factores de risco individuais.

São factores fundamentais para um adequado Diagnóstico Diferencial, Seguimento e Intervenção Terapêutica, assim como pela proximidade e acessibilidade ao doente.

Osteoporose

A osteoporose
A osteoporose é uma doença óssea sistémica, (i.e. generalizada a todo o esqueleto), que por si só não causa sintomas, caracterizada por uma densidade mineral óssea (DMO) diminuída e alterações da microarquitectura e da resistência ósseas que causam aumento da fragilidade óssea e, consequentemente, aumento do risco de fracturas.

Se não for prevenida precocemente, ou se não for tratada, a perda de massa óssea vai aumentando progressivamente, de forma assintomática, sem manifestações, até à ocorrência de uma fractura.
O que caracteriza as fracturas osteoporóticas é ocorrerem com um traumatismo mínimo, que não provocaria fractura dum osso normal. Também se chamam, por isso, fracturas de fragilidade.
Uma vez que o número de mulheres em risco de desenvolver osteoporose pós-menopáusica aumenta à medida que a população vai envelhecendo, é fundamental identificar de forma precoce e exacta quais as que se encontram em risco de sofrer fracturas.
Sintomas da Osteoporose

Habitualmente não ocorrem sintomas clínicos de osteoporose antes da ocorrência de uma fractura.
A osteoporose é considerada uma doença assintomática. De facto, durante a progressão da doença, os ossos tornam-se progressivamente mais frágeis sem que os indivíduos afectados o percebam.

Exceptuando os casos em que o doente efectua o rastreio da doença, o diagnóstico só se realiza após a ocorrência de uma fractura:
para muitas mulheres pós-menopáusicas, a ocorrência da primeira fractura osteoporótica é o primeiro sintoma sugestivo da doença;
a ocorrência de fracturas osteoporóticas vertebrais é a complicação da osteoporose pós-menopáusica mais frequente e muitas vezes a mais precoce;
nesta fase, a micro-estrutura interna do osso pode já ter sofrido uma grande destruição e a doença encontrar-se num estado bastante avançado;
frequentemente (em aproximadamente dois terços dos casos), as fracturas vertebrais não são diagnosticadas por não produzirem sintomas ou por os sintomas associados – dor na região dorsal ou lombar – serem banais e inespecíficos (i.e. surgem em muitas outras situações clínicas para além das fracturas);
após a primeira fractura , muitas vezes não diagnosticada, o risco de novas fracturas aumenta, podendo ocorrer múltiplas fracturas vertebrais e consequente aumento da morbilidade (i.e. das queixas e das perturbações associadas à doença) e da mortalidade;
o diagnóstico e o tratamento precoces da doença são, portanto, fundamentais tendo em vista a prevenção das fracturas.

Causas da Osteoporose

A osteoporose decorre de um desequilíbrio entre as células que produzem a substância óssea (fase que se designa por formação) e as células que destroem a substância óssea (reabsorção), ou seja, as células que se encontram envolvidas no ciclo normal renovação (designada por remodelação) do osso.

A perda de substância óssea torna-se tão acentuada que mesmo as actividades quotidianas que implicam um esforço mínimo sobre os ossos podem provocar a sua fractura.

A osteoporose, que pela definição operacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) é sinónimo de Densidade Mineral Óssea (DMO) diminuída, pode ter múltiplas causas, e pode classificar-se num dos seguintes dois grupos:
Osteoporose primária, quando não há uma patologia subjacente que justifique a sua ocorrência. Resulta, em princípio, da diminuição de estrogénios após a menopausa e/ou da aquisição insuficiente de massa óssea durante a fase de crescimento do indivíduo;
Osteoporose secundária, quando a perda óssea é secundária a uma doença, a um distúrbio alimentar ou a medicação.
Osteoporose primária

A causa principal da osteoporose primária é a deficiência de estrogénios (hormonas femininas).
Na osteoporose pós-menopáusica, a perda óssea acelerada deve-se à deficiência de estrogénios que ocorre na altura da menopausa e é agravada pela idade, afectando todo o esqueleto. A deficiência de estrogénios é a causa mais importante de osteoporose na mulher pós-menopáusica.

Na mulher jovem, saudável, a formação e a reabsorção ósseas estão em equilíbrio, mantendo-se a massa óssea constante. Na mulher pós-menopáusica, a reabsorção óssea predomina, pelo que se verifica perda da massa óssea e redução da resistência óssea conduzindo, por fim, à osteoporose e às fracturas.

Aquando da menopausa, os ovários deixam de produzir estrogénio. A diminuição de estrogénios circulantes promove a perda acelerada de osso das seguintes formas:

Pelo aumento da reabsorção óssea
Pela diminuição da formação de osso

A perda de massa óssea é mais acentuada nos 3-6 anos após a menopausa. Após a perda acelerada inicial, a perda óssea diminui lenta e gradualmente até aos valores verificados antes da menopausa.
A perda óssea verificada nos primeiros anos após a menopausa tem a sua maior repercussão ao nível do osso trabecular (osso constituído por finas lamelas que se entrecruzam, dando a este tipo de osso uma textura esponjosa, ao mesmo tempo leve e resistente ao choque) que existe predominantemente nas vértebras e punhos.
Por conseguinte, as primeiras fracturas osteoporóticas numa mulher tendem a ocorrer nas vértebras ou nos punhos. Como a ocorrência duma fractura vertebral está associada a um aumento significativo do risco de novas fracturas e da morbilidade que lhes está associada, é importante a intervenção precoce para prevenção da primeira fractura vertebral.
Uma vez que as fracturas vertebrais são altamente preditivas do risco de fracturas futuras e da morbilidade associada, é importante a intervenção precoce para prevenção da primeira fractura vertebral.
Osteoporose secundária

Quer no homem, quer na mulher, a osteoporose e o aumento do risco de fracturas podem ocorrer omo consequência de diversas situações clínicas:
Doenças genéticas,
Hipogonadismo (défice de hormonas sexuais),
Doenças endócrinas (hormonais),
Doenças gastrintestinais,
Doenças hematológicas (doenças do sangue),
Doenças auto-imunes (como a artrite reumatóide),
Deficiências nutricionais,
Distúrbios alimentares,
Alcoolismo,
Doenças crónicas sistémicas, tais como doença renal grave.

Osteoporose
A definição adoptada pela OMS nas recomendações para o diagnóstico da osteoporose baseia-se na diminuição de massa óssea.
O grau de diminuição de massa óssea é determinado através dos valores da densidade mineral óssea (DMO)que mede a quantidade de mineral existente numa determinada numa determinada área de osso.

Quando se compara um valor da DMO dum determinado indivíduo com o valor médio da DMO de uma população de adultos jovens do mesmo sexo (valor que representa a massa óssea máxima, também chamada pico de massa óssea), a relação entre os dois valores, expressa em número de “desvios-padrão” (DP), é designada índice T (T score). Em termos mais simples, o índice T descreve a diferença entre a massa óssea actual do indivíduo e a massa óssea da população de adultos jovens.
De acordo com a OMS, diz-se que há osteoporose quando o índice T tiver valores inferiores a -2,5 DP e osteopenia quando o índice T se situar entre -1 e -2,5 DP. Valores superiores a -1 são considerados normais.

A DMO está relacionada com o risco de fractura por fragilidade óssea:

Uma DMO baixa é o factor que, isoladamente, mais pesa no risco de fractura do idoso e afecta, pelo menos, metade de todas as mulheres pós-menopáusicas;
As mulheres com osteoporose têm, individualmente, o risco de fractura mais elevado;
No entanto, a maioria das fracturas osteoporóticas ocorre em mulheres pós-menopáusicas com osteopenia (i.e. com uma DMO apenas moderadamente baixa) porque este é o grupo mais numeroso.

Uma vez que a razão de ser da prevenção e do tratamento da osteoporose é, fundamentalmente, a prevenção das fracturas que lhe estão associadas, a decisão de prevenir/tratar a osteoporose num determinado indivíduo deve ter em conta não apenas o valor da DMO obtido pela osteodensitometria, mas também a presença/ausência doutros factores de risco para fracturas osteoporóticas. Uma história clínica completa e alguns exames complementares adequados são imprescindíveis para uma avaliação correcta do risco de fractura.

História clínica
Esta avaliação deve incluir questões sobre a história pessoal e familiar do doente e a identificação de factores de risco subjacentes. Os doentes em risco devem ser identificados e educados o mais precocemente possível para que possam ser tomadas medidas pró-activas de prevenção da doença.

Os doentes podem referir dor crónica ou frequente na coluna vertebral (raquialgias) causada pela ocorrência de fracturas vertebrais ou pelas alterações posturais que delas decorrem. Podem também queixar-se de dificuldade em alcançar objectos situados a uma altura que antes alcançavam sem dificuldade.

Exame físico
O exame físico permitirá identificar eventuais sinais da existência de osteoporose. Por exemplo, as fracturas vertebrais podem também originar deformidades visíveis da coluna, como a clássica gibosidade (corcunda) na região dorsal superior. A medição da altura poderá detectar uma diminuição significativa em relação à altura que o indivíduo tinha na juventude (registada, p.e. no BI).

Exames laboratoriais e radiografias convencionais
A realização de exames laboratoriais pode ser necessária para estabelecer o diagnóstico ou para excluir causas secundárias da perda óssea. A realização de radiografias convencionais pode identificar ou confirmar a existência de fracturas em mulheres com suspeita de fracturas osteoporóticas. No entanto, a radiografia é pouco fiável na avaliação da densidade óssea, pelo que é inadequada como meio de diagnóstico de osteopenia ou de osteoporose em mulheres sem fracturas.

Determinação da Densidade Mineral Óssea (DMO)
Os indivíduos identificados como tendo risco de desenvolver osteoporose devem efectuar a medição da DMO, a fim de se estabelecer o diagnóstico de osteopenia ou de osteoporose. O diagnóstico identifica candidatos para efectuar a terapêutica, embora a decisão de iniciar ou não a mesma esteja dependente de factores de risco adicionais, da história familiar e da história prévia de fracturas.

De entre as diversas técnicas disponíveis para a determinação da DMO, as mais frequentemente utilizadas são:

Absorciometria de raios-X de dupla energia (Dual Energy X-ray Absorptiometry – DEXA),
Tomografia quantitativa computorizada (TQC),
Ultrassonografia quantitativa (USQ).

A DEXA é a técnica habitualmente preferida devido à sua ampla disponibilidade, elevada precisão e exactidão, capacidade de determinação da DMO numa grande diversidade de localizações e reduzida exposição a radiação. Esta técnica recorre a dois feixes de raios X com diferentes níveis de energia:

O de baixa-energia é atenuado essencialmente pelos tecidos moles produzindo apenas um pequeno sinal detectável.
O de alta-energia penetra nos tecidos moles e é atenuado essencialmente pelo osso, originando um sinal detectável mais forte.

Tratamento da Osteoporose

Existe actualmente uma grande diversidade de medicamentos úteis para a prevenção e tratamento da osteoporose pós-menopáusica (OPPM):
Os bisfosfonatos, que inibem a reabsorção óssea, são os medicamentos mais utilizados, podendo ser administrados de forma intermitente.
Os moduladores selectivos dos receptores de estrogénios (SERM’s), que exercem no osso uma acção semelhante à dos estrogénios, inibindo a reabsorção óssea.
A terapêutica hormonal de substituição (THS), que consiste na administração das hormonas sexuais femininas (estrogénios, progesterona) cuja produção diminui na menopausa
As calcitoninas, que inibem a reabsorção óssea.
Outros medicamentos que actuam no osso e no metabolismo ósseo.
O aumento da ingestão de alimentos ricos em cálcio e vitamina D, a toma, quando julgado necessário, de suplementos contendo estes nutrientes e o aumento do nível de actividade física complementam a terapêutica farmacológica.

Prevenção da Osteoporose

De acordo com a organização Mundial de Saúde (OMS), a prevenção da osteoporose define-se como a forma de impedir a perda de massa óssea na mulher recentemente menopáusica e ainda sem osteoporose – ou seja, na mulher com valores do índice T (T-Score) da densidade mineral óssea (DMO) entre -1 e -2,5 (osteopenia) e com risco aumentado de fractura.

No entanto, num sentido mais lato, a OMS reconhece que a melhor forma de lidar com a osteoporose é através da sua prevenção logo desde o nascimento e ao longo da vida. Algumas intervenções para maximizar e preservar a massa óssea têm múltiplos efeitos benéficos na saúde. Alterações na dieta e no estilo de vida – aumentar a ingestão de cálcio, deixar de fumar, reduzir o consumo de álcool (< 30 g por dia) - podem contribuir para prevenir a osteoporose e, potencialmente, diminuir de forma significativa a taxa de ocorrência de fracturas. O exercício físico também contribui para aumentar a DMO durante o crescimento e minimizar a perda óssea numa idade mais avançada. Quanto mais precocemente se adoptar um estilo de vida saudável, maiores os ganhos em DMO. No entanto, as alterações são benéficas em qualquer idade. Factores de risco para a osteoporose De acordo com Brown JP e Josse RG os factores de risco major (mais importantes) para a osteoporose são: Idade superior a 65 anos Fractura vertebral anterior Fractura de fragilidade depois dos 40 anos História de fractura da anca num dos progenitores Terapêutica corticóide (cortisona) por via oral ou injectável com mais de 3 meses de duração Menopausa precoce (< 40 anos) Hipogonadismo (défice de hormonas sexuais) Hiperparatiroidismo primário Propensão para quedas aumentada Como factores de risco minor (menos importantes) para a osteoporose, os mesmo autores indicam: Artrite reumatóide História de hipertiroidismo clínico Terapêutica crónica com anti-epilépticos Baixo aporte de cálcio na dieta Tabagismo (fumador) Consumo excessivo de cafeína (> 2 chávenas por dia)
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
Baixo peso (índice de massa corporal menor do que 19 kg/m2)
Perda de peso superior a 10% relativamente ao peso do indivíduo aos 25 anos
Imobilização prolongada
Factores de risco para fracturas osteoporóticas

A investigação clínica identificou diversos factores de risco para a ocorrência de fracturas osteoporóticas para além duma DMO reduzida. Embora alguns desses factores de risco contribuam para uma DMO baixa, eles estão associados a um aumento do risco de fracturas independentemente desse efeito sobre a DMO.

Factores de risco não alteráveis:
Idade avançada
História de fractura em idade adulta
História de fractura em parente de 1º grau
Raça caucasiana
Sexo feminino
Demência
Mau estado geral de saúde (não prevenível)

Factores de risco alteráveis:
Fumador
Baixo peso corporal
Deficiência em estrogénios
Reduzida ingestão de cálcio/vitamina D
Alcoolismo
Visão diminuída
Quedas recorrentes
Actividade física inadequada
Mau estado geral de saúde (prevenível)

O risco associado a estes factores de risco é aditivo, i.e quanto mais factores de risco um indivíduo tiver, maior o risco de vir a sofrer fracturas osteoporóticas. A identificação dos indivíduos com risco mais elevado de desenvolver osteoporose e fracturas permite o diagnóstico precoce e, portanto, uma intervenção atempada.

Tendinites

Existe muitas vezes a ideia de que as tendinites não têm cura, e que depois de aparecerem ficam presentes para sempre. Esta ideia não corresponde à realidade, saiba mais sobre este tema!

Tendinite, o que é?
A tendinite corresponde a um processo inflamatório de um tendão, podendo afectar vários tendões no nosso corpo. Numa fase inicial, a tendinite afecta essencialmente a parte mais externa do tendão, ou sua bainha, podendo também designar-se por tenossinovite. Existem locais mais frequentes onde estas ocorrem como é o caso do ombro (tendinite do supra-espinhoso, bícipete, subescapular), cotovelo (epicondilite e epitroclite), punho e dedos (tenossinovite Quervain), joelho (tendinite da pata de ganso, tendinite do tendão rotuliano), pé (tendinite do tendão de Aquiles), entre outras.

E o que é exactamente um tendão?
O tendão é uma estrutura que se assemelha a um cordão, constituído por muitas fibras de colagéneo alinhadas, que servem para unir o músculo ao osso. Quando os músculos se contraem transmitem tensão aos tendões e estes por sua vez aos ossos e articulações, permitindo que estes se movimentem. Assim, existem inúmeros tendões do nosso corpo de forma a possibilitar a grande quantidade de movimentos que realizamos.

O sintoma mais frequente da tendinite é a dor, a qual por vezes se manifesta em repouso e na maioria das vezes aparece associada a certos movimentos. Esta dor pode ainda irradiar para outros locais mais à distância do local de origem, sendo uma situação que origina muito desconforto e limitação nas actividades diárias. Como é uma situação inflamatória,a tendinite pode também estar associada a sinais como o calor local, vermelhidão e inchaço, quando em fase aguda.

Qual a causa?
Existem muitas causas possíveis para o aparecimento de uma tendinite. As causas mais comuns são os movimentos repetidos no trabalho ou em actividades desportivas, traumatismos, alterações da postura, alterações da estabilidade articular, neuropatias que conduzem a alterações musculares, entre outros.
Nestas situações o tendão é sujeito a uma sobrecarga excessiva ou repetida, levando a lesão da sua estrutura. O corpo tenta então tratar a “agressão” causada ao tendão e desencadeia-se uma resposta inflamatória para tentar recuperar o “estrago”. A inflamação é portanto um sinal de que o nosso sistema imunitário está a lutar para recuperar a lesão.

Porque é que a dor persiste?
De acordo com o que foi referido acima, o processo inflamatório corresponde a uma resposta do organismo para tentar reparar a lesão no tendão. Podemos dizer que é uma resposta normal quando há uma lesão, e necessária para que ocorra a reparação. Se tudo decorrese sempre da melhor forma, o processo inflamatório agudo demoraria apenas alguns dias a resolucionar a situação e a recuperar o estado normal do tendão. Contudo, o que se verifica muitas vezes é que devido aos movimentos/traumatismos repetidos, devido às más posturais /desalinhamentos corporais que geram sobrecargas constantes nos tendões, ou até a fragilidades do sistema imunitário, o tendão é permanentemente sujeito a novas “agressões” sem que tenha tempo de recuperar. Verifica-se então nestes casos que se desencadeia um processo inflamatório mais prolongado, em que vai ocorrendo alteração progressiva da estrutura e organização das fibras que compõe o tendão. Nestas situações, o termo correcto a utilizar não deve ser tendinite, mas sim tendinose, que é caracterizada por alterações celulares, zonas mais densas dentro do tendão e fragilidade do mesmo.

Qual a resolução?
Quando estamos perante um processo inflamatório agudo, o que devemos fazer é facilitar que o nosso organismo faça o seu trabalho de reparação e actuar no sentido de controlar a resposta inflamatória para que esta não seja demasiadamente exacerbada. Nesta fase pode ser útil a aplicação de gelo local, repouso moderado, eventualmente toma de anti-flamatórios sob aconselhamento médico. Contudo, se existirem factores que contribuem para que a situação se mantenha, temos então que actuar para que este quadro não se prolongue indefinidamente.
Aqui a fisioterapia pode ser uma ajuda importante!

De que forma a fisoterapia pode ajudar?
Além dos meios físicos que podem ajudar a controlar/melhorar a resposta inflamatória ( gelo, electoterapia, ultra-som, LASER), o papel principal da fisioterapia passa por tentar alterar os factores que desencadearam a tendinite/tendinose. É necessário avaliar os hábitos posturais e gestos realizados no dia-a-dia, perceber quais as alterações posturais que podem levar à sobrecarga de alguns tendões, perceber se existem disfunções da coluna a vertebral que podem facilitar as tendinites ( devido às alterações de inervação e vascularização) e compreender se existem outras patologias associadas. Neste sentido a fisisoterapia dispõe de diferentes técnicas de terapia manual, reeducação postural e educação do movimento que favorecem um melhor funcionamento articular, normalização das tensões, diminuição da dor, melhoria da vascularização e economia de esforço no funcionamento do nosso organismo.

É verdade que existem alguns casos mais complicados ou “rebeldes”, casos em que por exemplo devido à profissão é complicado alterar certos gestos, ou em que já existem fragilidades mais marcadas no tendão devido à lesão ser muito antiga. Contudo, NA GRANDE MAIORIA DOS CASOS É POSSÍVEL ENCONTRAR ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR A FUNÇÃO, É POSSÍVEL DAR MELHORES CONDIÇÕES AO NOSSO CORPO PARA LIDAR COM ESTES MICRO-TRAUMATISMO REPETIDOS E É POSSÍVEL ALIVIAR A DOR DE FORMA A MELHORAR O BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA.

Síndroma do canal cárpico

O que é?

O síndroma do canal cárpico é uma condição causada por um aperto nervoso ao nível da face anterior do punho que às vezes provoca adormecimento, parestesias e dor no antebraço, mão e dedos. Há um espaço na face anterior do punho conhecido como canal cárpico onde o nervo mediano e nove tendões passam do antebraço para a mão. O síndroma do canal cárpico ocorre quando o aumento de pressão dentro do canal causa compressão do nervo, que é muito sensível. Quando a compressão é suficientemente elevada causa alterações na função nervosa, o que provoca adormecimento, parestesias e dor na mão e dedos.

Causa

Normalmente a causa é desconhecida. Pressão sobre o nervo pode acontecer de diversas maneiras. Edema da bainha dos tendões, conhecida como tenossinovite, pode aumentar a pressão dentro do canal. Luxações ósseas, fracturas e artrite podem estreitar o canal cárpico, mas não são tão frequentes. A retenção de liquidos durante a gravidez pode em alguns casos provocar edema no canal e sintomas de síndroma do canal cárpico, que normalmente desaparecem depois do parto. Algumas doenças como o hipotiroidismo, artrite reumatóide, diabetes e insuficiência renal podem estar associadas a síndroma do canal cárpico.

Sinais e Sintomas

Os sintomas do síndroma do canal cárpico são normalmente a dor, o adormecimento, o formigueiro ou a combinação dos três numa ou nas duas mãos. O adormecimento e o formigueiro afectam na maioria das situações o polegar, o indicador, o médio e parte do anelar. Os sintomas manifestam-se geralmente à noite, mas podem aparecer durante as actividades diárias, como a guiar ou ler um jornal. Os doentes às vezes notam que têm diminuição da força de preensão, podendo deixar cair os objectos da mão. Nos casos mais graves, a sensibilidade pode estar completamente ausente e os músculos da base do polegar atrofiados (atrofia da eminência tenar).

Diagnóstico

Uma história detalhada do tipo de actividade com a mão, qualquer traumatismo anterior e sintomas prévios são importantes. Uma radiografia da mão pode ser pedida para verificar outras causas dos sintomas, como a artrite ou uma fractura subjacente. Em alguns casos estudos laboratoriais poderão ser necessários se houver uma suspeita de alguma doença associada aos sintomas. Um electromiograma (EMG) é normalmente efectuado para confirmar o diagnóstico de síndroma do canal cárpico e excluir qualquer compressão do nervo mediano a outro nível que não o punho, como o antebraço, ombro ou coluna cervical.

Tratamento não Cirúrgico

A eliminação dos sintomas pode às vezes ser conseguida sem cirurgia. Mudar de actividade para reduzir o uso repetitivo e cansativo da mão ou manter o pulso numa posição neutra pode ajudar a diminuir o edema dentro do canal, criando mais espaço para o nervo. O uso de uma tala durante a noite pode diminuir as queixas que impedem o sono. Medicamentos anti-inflamatórios orais ou injectados directamente dentro do canal cárpico, podem ajudar a reduzir o edema e a pressão dentro do canal.

Tratamento Cirúrgico

Quando os sintomas são muito intensos ou não melhoram, a cirurgia poderá ser necessária para alargar o canal cárpico. A pressão sobre o nervo é diminuida por abertura do ligamento que forma o teto do canal, no lado palmar da mão. A incisão para esta cirurgia pode ser variada, mas os objectivos são os mesmos – aumentar o espaço dentro do canal e diminuir a pressão sobre o nervo. Depois da cirurgia a sensação dolorosa à volta da cicatriz pode persistir por algumas semanas ou meses. O adormecimento e o formigueiro podem desaparecer rápidamente, mas pode demorar algum tempo até a mobilidade do punho e mão voltarem ao normal. Os sintomas do síndroma do canal cárpico podem em alguns casos voltar e o retomar de trabalhos pesados e repetitivos pode ser causa de recidiva.

Algumas Patologias da Coluna

Protusão Discal
O que é Protrusão discal
O Dicionário Médico Ilustrado Dorland define a hérnia como sendo a protrusão anormal de um órgão ou outra estrutura do corpo através de um defeito ou uma abertura natural num invólucro, cobertura, membrana, músculo ou osso. Portanto, toda a hérnia é uma protrusão. Mas nem toda protrusão é uma hérnia.

Hérnia de Disco
O que é Hérnia de disco?
A coluna vertebral é composta por vértebras, em cujo interior existe um canal por onde passa a medula espinhal ou nervosa. Entre as vértebras cervicais, torácicas e lombares, estão os discos intervertebrais, estruturas em forma de anel, constituídas por tecido cartilaginoso e elástico cuja função é evitar o atrito entre uma vértebra e outra e amortecer o impacto.
A hérnia de disco ocorre quando parte de um disco intervertebral sai de sua posição normal e comprime as raízes dos nervos que se ramificam a partir da medula espinhal e que emergem da coluna espinhal. Esse problema é mais comum nas regiões lombar e cervical, por serem áreas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga.

Lombalgia
Denomina-se de Lombalgia, o conjunto de manifestações dolorosas que acontecem na região lombar, decorrente de alguma anormalidade nessa região. Conhecida popularmente como dor nas costas, a lombalgia é uma das grandes causas de incapacidade funcional, tendo incidência apenas menor que a cefaléia entre os distúrbios dolorosos que mais acometem o homem.

Cervicalgia
A cervicalgia costuma ser insidiosa, sem causa aparente. Mas raramente se inicia de maneira súbita, em geral está relacionada com movimentos bruscos do pescoço, longa permanência em posição forçada, esforço ou trauma e até mesmo alterações da ATM (articulação têmporo-mandibular). O paciente com cervicalgia geralmente relata uma melhora quando está em repouso e exacerbação da dor com o movimento.

Escoliose
O que é escoliose?
A coluna vertebral vista por trás deve ser reta, alinhada. A escoliose é uma deformação morfológica da coluna vertebral nos três planos do espaço (Souchard e Ollier, 2001). Assim, a coluna realmente se torce, não somente para os lados, mas para frente e para trás numa volta do seu próprio eixo. Essa torção em maiores graus determina a gravidade da escoliose e a forma de ser tratada.

Artrose da Coluna
A artrose é a forma mais comum de reumatismo e uma das doenças mais frequentes na espécie humana, é um dos principais fatores determinantes de incapacidade física no indivíduo idoso. Em graus variados de intensidade, afeta a maior parte da população depois dos 60 anos. A artrose vertebral é definida como um estado de progressiva deterioração da articulação vertebral, caracterizando por erosão da cartilagem articular e neoformação óssea nas bordas articulares (osteófitos).